sexta-feira, 24 de julho de 2009

O SAMUCA , O LUIS , O LOKO E O ESPIRITISMO



O Samuca (Samuel Ribeiro da Rosa) veio morar em Santa Maria um ano depois de mim (2000). Montamos nossas empresas de pequeno porte e começamos a luta.
Embora em Rosário não fossemos da mesma turma nem dos mesmos grupos, a distância de casa nos aproximou, principalmente nas fofocas.

O Samuca não tem pessoa melhor (até ficar raivoso, pois quando ele não gosta de um cristão, sai de perto, não floxa nem no lançante)! Depois que se instalou em Santa, que me lembre, a não ser para alguma janta, não era muito de sair (eu já estava na gandaia) e foi se inclinando para o lado religioso, escolhendo o espiritismo como crença.

Morava com ele o Luis, mecânico, filho de mecânico e toda a família de mecânicos, e que tinha como peculiaridade alguns cacoetes, mais ou menos uns 200, sendo que 190 acima do pescoço, o que lhe rendeu, injustamente, o apelido de CIRCUITI. Num final de tarde, cheguei de viagem com problemas no meu veículo automotor, e como precisava viajar cedo, me lembrei do Samuca e parceria para realizar alguns ajustes. Fui lá, mostrei as deficiências e recebi como resposta:
-“Só depois que terminar a sessão no centro espírita a gente conserta”.

Sem perder tempo, já me convidou para participar da reunião, que embora eu não acreditasse muito, ele acha que a vida dele só melhorou após a crença. Não pensei muito e aceitei, sabendo que este não era o momento para contrariar, este louco já tomou ate Gardenal, e se eu não for, perco o conserto, e não consigo sair cedo amanhã.

Nos encaminhamos para o local, onde já tinha um quórum bem aceitável, entramos e sentamos onde havia uma fileira de cadeiras brancas, tipo colégio. Um pouco à frente das cadeiras, havia uma mesa com vários lugares ocupados, faltando um conviva para completar a lotação. Deram inicio a sessão, e a responsável pelo desenvolvimento do ato convidou o Samuca para participar da mesa no lugar que estava vago. O coração do Samuca quase saiu pela boca de tanto orgasmo, ele flutuou até lá, parecia que tinha uns dois metros de altura de tão grandão que ficou.

Sentou, o Luis à minha esquerda, nas cadeiras, e minha direita um senhor de uns 70 anos. Começamos a rezar (Pai Nosso,algo relacionado a virgem maria, etc), diminuíram a incidência da luz sobre o local, e pediram que todos fechassem os olhos se concentrassem nas orações.
Segui as regras impostas, mas passado alguns minutos, comecei a me questionar... “Será que esta acontecendo alguma coisa? Que será que to perdendo? Vou dar uma espiada...”

Discretamente, mexendo levemente o pescoço abri o olho direito, não vi nada daquele lado. Fechei, torci o pescoço para o lado esquerdo e abri o olho equivalente. Quando abri o olho esquerdo, MEU DEUS DO CÉU, o Luis estava com os olhos esbugalhados tentando enxergar o cérebro, o pescoço espichado e o queixo parecia uma piorra, a perna direita tava apontando pra trás, que horror. Não agüentei, tive que rir, embora tentando me conter, coloquei a mão na boca com toda a força mas não adiantou e saiu um barulho estridente por entre os dedos, o que chamou a atenção do senhor do meu lado, que me perguntou:
- “O SR. ESTÁ RECEBENDO ALGUMA ENTIDADE?”
Sem poder conter o riso respondi:
-“Eu estou bem, mas o colega aqui do lado acho que recebeu umas cinco juntas e tão todas lutando.”

Foi o suficiente, me pediram pra me retirar, o parceiro grandão roxo de REIVA, o Luis mais repuxado e eu expulso. Sai pedindo desculpas pela minha falta de controle, e fui esperar terminar a sessão lá fora.
Terminado o evento, pouco assunto, não me olhavam, e perdi o conserto, e levei varios dias até ser aceito novamente pelo parceiro. NUNCA MAIS ME CONVIDARAM PRA NADA RELACIONADO A ALGUMA CRENÇA.

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